Recebemos da PFLAG – San Diego:
A governadora do estado de Washington está aqui a descrever a introdução de uma lei para que as pessoas do mesmo sexo se possam casar descrevendo as razões que a sustentam.
Tradução da responsabilidade da AMPLOS:
Venho anunciar o meu apoio a uma lei que dá aos casais do mesmo sexo o direito a casarem no Estado de Washington, o mesmo direito que é dado aos casais heterossexuais. Está na altura, é a coisa certa para fazer, deve-se aprovar esta lei e aplicá-la. Alguns defendem que o Estado deverá negar o casamento a casais do mesmo sexo baseados na ideia de que o casamento é para procriação. Mas negamos essa autorização a casais heterossexuais que decidem não ter filhos? Aos que adoptam filhos? Aos que têm filhos mediante fertilização in vitro? Há quem argumente que o casamento entre pessoas do mesmo sexo enfraquece a instituição do casamento. Mas será esse o papel do Estado? Se o é, então falhou redondamente! Com a taxa de divórcio de casais heterossexuais de cerca de 50%! Há quem argumente que o Estado deve negar tal autorização com base em crenças religiosas. Quando têm possibilidade de se casar os casais casam-se quer em cerimónias religiosas quer em cerimónias civis. Ao permitir estes casamentos o Estado não se deve envolver nas crenças religiosas dos candidatos. A responsabilidade do Estado é de apenas autorizar. As igrejas podem decidir quem casam e o Estado deve respeitar todas as religiões. Os argumentos hoje utilizados para discriminar pessoas com base na sua orientação sexual devem recordar-nos, a todos, dos argumentos que foram utilizados para discriminar pessoas no passado. Em particular as leis que proibiam os casamentos interraciais. Há quem ache que uma designação diferente de casamento é o mesmo que casamento. Essa é uma versão actual das antigas ideias discriminatórias de “separados mas iguais”. Durante décadas esse argumento foi utilizado para manter os afroamericanos separados nas escolas, nos apartamentos, em bares. Enquanto esse argumento prevaleceu aceitámos essa separação de lugares. Mas nós americanos sabíamos que “separado” não é o mesmo que “igual” e essa lei foi finalmente abolida. Temos de nos questionar como nos sentiríamos se fossemos filhos de um casal gay. Como poderemos dizer a essas crianças que o amor dos seus pais é visto de modo desigual à luz da lei de Washington. Que as suas famílias são diferentes. Nós temos de apoiar estas crianças e as suas famílias! Elas são tão iguais e importantes como as de qualquer outra família do Estado de Washington. Como habitantes de Washington, como americanos, temos problemas sérios a resolver como o problema da guerra do Iraque, a recessão, os 13 milhões de desempregados, a competição económica internacional. Casais comprometidos e que se amem, de qualquer orientação sexual podem ajudar-nos. Podem ajudar-nos a defender a nossa democracia, podem ajudar os seus vizinhos, podem construir comunidades fortes. Podem e fá-lo-ão!|
Eu fiz o meu próprio caminho, devo admiti-lo. Foi para mim uma batalha com a minha religião mas sempre me senti desconfortável com as posições que tomei publicamente. E podem crer que cheguei à conclusão que as religiões podem decidir o que quiserem mas não é aceitável que o Estado discrimine. Por isso é altura de nos levantarmos e aceitarmos, para além da liberdade religiosa. É tempo para nos levantarmos e compreendermos que o Estado não pode estar numa posição de discriminação. Será assim para os meus filhos, para os meus amigos, para os filhos dos meus amigos, para os líderes. Daí que eu tenha dito a mim mesma que é altura de fazer o que é certo e digo-vos que me sinto bem melhor do que nos últimos sete anos!
Se publicado com legendas em português teria uma alcance fantástico. Quem sabe alguma alma caridosa não faça isso.
O discurso é maravilho e trás importantes argumentos, merece tradução para o português por inteiro.
Desculpem é traz e não “trás”.