Shari Johnson, autora do livro, “Acima de todas as coisas: A Jornada de uma Mãe Cristã Evangélica e da sua filha lésbica” escreveu a seguinte carta ao presidente Obama:
No dia 13 de maio, Dia das Mães, esta mãe – de uma filha gay – orgulhosa felicita o apoio Presidencial à Igualdade [no casamento]
Quando fiquei a saber, esta semana, do apoio do presidente Obama ao casamento entre pessoas do mesmo sexo, fiquei com as minhas emoções todas em turbilhão – esperança, surpresa, emoção, alegria – alegria, porque o casamento da minha filha foi reconhecido como algo de bom por quem desempenha o mais alto cargo sobre a Terra. A sua posição sobrepõe-se a qualquer decisão política. A sua opinião funciona como um padrão na emissão de opiniões e julgamentos sobre o que é ou deve, ou não deve, ser considerado certo. Eu não estava disposta a aceitar, em 2004, quando recebi a notícia de que a minha filha, Cholene Espinoza, ia casar-se com a sua companheira, Ellen Ratner. Tinha finalmente chegado a um ponto de aceitação relutante, dois anos após Cholene ter-me dito que era gay. Cholene tinha 37 anos nessa altura, e eu não fazia a menor ideia. Para mim foi o fim do mundo! Eu tive uma atitude terrível quando soube!. Cheguei a duvidar se conseguiria assistir ao casamento, nem podia imaginá-lo! Um amigo querido disse-me que, se eu não aceitasse, iria perder a Cholene, e que o nosso relacionamento nunca mais seria o mesmo. Imagine a posição da Cholene: ela arrriscava-se a arruinar o dia mais feliz da sua vida, convidando-nos para o casamento; mas se não nos tivesse convidado, teríamos ficado magoados e chateados. Era definitivamente uma situação sem saída para ela. Uma manhã, enquanto me dirigia para o trabalho, “conversei” com Deus, e disse em voz alta: “Que outro evento para o qual os pais sejam convidados pode ser pior do que este?” A resposta veio à minha mente rapidamente: “um funeral. “Eu sabia exatamente de onde a resposta tinha vindo”. Contei ao meu filho Chip numa conversa telefónica. Ele ficou em silêncio por um momento, e em seguida disse: “Mãe, é interessante, porque sempre pensei que vocês preferiam-na morta a gay.” Que tipo de pais dariam à sua filha tal ideia? Alterei nesse momento a minha atitude, e fomos para Cambridge, Massachusetts, para o casamento. Eu ainda tinha dúvidas, mas estava determinada a dar o meu melhor.. […] Eu e o meu marido somos conservadores, e tinha a certeza que haveria liberais por lá. Não sabia como seríamos tratados. Mas não me deveria ter preocupado. Fomos tratados com imenso carinho e satisfação. O fim de semana foi todo ele mágico. Ellen é uma dona de casa por excelência e tivémos um fim de semana fantástico planeado a pensar em todos os convidados, mas a única coisa que absolutamente me surpreendeu foi que Deus esteve lá. Quem diria que Ele apareceria em casamentos homossexuais? Uma das convidadas daquele fim de semana disse-me: “Eu realmente não consigo descrevê-lo, mas tudo me parece tão ‘espiritual’.” Eu sabia exatamente o que ela estava a dizer. Havia tanto amor, um amor que só pode vir de Deus. Na noite antes do casamento, Ellen ofereceu uma festa de aniversário a Cholene. […] Ouvi mais tarde falar de um incidente que teve lugar naquele fim de semana e que envolveu o meu neto Chandler. O meu filho Chip, a sua esposa Lisa, os seus três filhos, e a sua filha estavam todos em Cambridge. O Chip ía participar na cerimónia judaica, lendo as escrituras e os filhos deveriam dar apoio à cerimónia; a sua filha Charli seria a menina da flor. Chip faz parte de uma congergação religiosa muito conservadora, e eu estava orgulhosa por ele ter colocado o amor que tem pela sua irmã acima das opiniões dos outros. Porque toda a família de Chip estava envolvida na igreja, e não havia dúvida de qual a sua posição relativamente à homossexualidade. Fizeram primeiro uma reunião de família e a decisão de participarem no casamento foi unânime. No entanto, enquanto se preparavam no hotel, na noite do casamento, inesperadamente, Chandler de 11 anos, disse, “Bem, isto deve ser interessante!.” Chip e Lisa trocaram olhares significando, ” Oh, agora é que vai ser!”. “Então Chandler disse apenas:”Eu nunca fui a um casamento judaico”. Basta amarmos os nossos filhos. Que grande mundo não seria este se seguíssemos todos o seu exemplo – como o exemplo que as filhas do presidente Obama lhe deram permitindo-lhe ver as coisas de forma diferente. http://www.huffingtonpost.com/shari-johnson/on-mothers-day-the-proud-_b_1512458.html
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