O encontro teve lugar no Picoas-Plaza no espaço CES-Lisboa: um espaço alegre, aberto, luminoso, acessível.
Juntaram-se 14 pais e mães, sendo que três vieram pela primeira vez a um encontro da AMPLOS. Um das mães recém-chegadas veio à procura de apoio para ajudar o seu filho transexual. Esta mãe foi recebida por uma outra mãe, da direcção da AMPLOS, que também tem um filho trans, numa pequena sala, enquanto decorria o encontro dos outros pais. Falámos sobretudo do peso de guardar segredo sobre a vida relacional de um filho ou filha, cada família dando o seu testemunho. Falou-se, a propósito de uma carta dirigida à AMPLOS, também dos pais que preferem não falar mais do assunto, que evitam abordar o tema criando, com essa atitude, um ambiente de silêncio muitas vezes insuportável, e como são muito mais os casos de pais (do que de mães) que optam por assumir essa postura, criando um situação difícil ao próprio casal. Depois de um intervalo em que se tomou café e houve possibilidade das pessoas se conhecerem um pouco melhor, tivémos então um segundo momento à conversa com a psicoterapeuta Ema Fontes. Nesta segunda parte do encontro, e à semelhança dos outros encontros que temos feito, alargámos a “roda” a filhos e amigos da AMPLOS. Conversámos então sobre emoções e construções racionais, sobre como abordar o silêncio/negação de quem nos é próximo; da importância de assumirmos uma postura de disponibilidade e não de classificação das pessoas que nos negam a comunicação, da importância de proteger os filhos sem lhes negar o direito a arriscar, e de muitos outros temas que nos fizeram sentir mais próximos e mais capazes de enfrentar o preconceito e as situações adversas que dele decorrem.
Conhecemos também neste encontro duas pessoas dispostas a apoiar o projecto da AMPLOS. A sua vontade e a forma como a demonstraram deu-nos imensa satisfação!
A todos e todas que participaram neste encontro um forte abraço.
Margarida Faria
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